Guia da Pirataria Urbana

Versão: 0.26.3

Sobre o Guia da Pirataria Urbana

Este livro, Guia da Pirataria Urbana, é uma publicação elaborada aos que atuam neste ramo e que se dedicam a oferecer aos novos membros a oportunidade de vivenciar o que a Pirataria Urbana pode oferecer. Aprendendo e desenvolvendo importantes habilidades que serão úteis por toda a vida e, principalmente, cultivando atitudes e valores que os tornarão não só pessoas, mas piratas melhores.

A criação deste guia era um sonho que agora se torna realidade. E graças ao esforço de muitos piratas de todo o Brasil, foi possível chegar até aqui. Certamente que vamos aprimorar o guia. Por esta ser sua versão web, estaremos sempre contando com atualizações. Mas isto não quer dizer que abrimos mão de uma versão impressa. Quem sabe um dia.

Piratas contam ainda com poucas publicações e sites especializados na Pirataria Urbana, é mais fácil sempre tirar suas dúvidas com qualquer outro membro, as vezes, com algum Capitão. É importante destacar que este guia será utilizado também como instrumento de consulta de Piratas Urbanos mais antigos e deve ser levado sempre em consideração, apesar da Pirataria Urbana possuir muitas variações entre navios, tornando difícil manter um padrão.

Para seguir este estilo de vida é bastante importante possuir uma base sólida sobre o que é a Pirataria Urbana, apesar que na maioria das vezes, os novos piratas iniciam sem muito conhecimento.

Adquira conhecimentos diversos. Mesmo o mais competente pirata necessita, vez ou outra, de ajuda para se lembrar daquele pequeno detalhe sobre determinada decisão. Por este motivo foi criado este guia.

Não temos a pretensão de descrever todas as soluções e detalhes acerca da atuação de um pirata. Ao contrário, apenas busca-se fornecer informações úteis e práticas que possam ser consultadas rapidamente durante a jornada.

Fornecemos aqui uma ajuda valiosa ao pirata durante sua busca por conhecimento. Esperamos que este material aumente seu interesse em pesquisar outras fontes e publicações disponíveis, mesmo que sejam poucas.

Índice

• Prefácio
• Historia
• O que Piratas Urbanos Fazem?
• O que Piratas Urbanos não são
• Como sei que sou um Pirata Urbano?
• Requisitos para se tornar um Pirata Urbano
• Algumas bases dos Piratas Urbanos
• As vantagens de fazer parte de um navio
• Tradições
• Cargos
• Vestes
• Equipamentos indispensáveis
• Noções de Sobrevivência em Ambientes Naturais
• Cabos, voltas e nós
• Noções de Sobrevivência em Ambientes Urbanos
• Julgamento e sentença
• Eu sou um Pirata Urbano, e agora?
• Alianças
• Pergunta idiota? Tolerância zero.
• Glossário

Prefácio

Ahoy!

Não importa de onde você veio ou que tipo de vida levou, afinal, já sabemos muitas coisas a seu respeito. Se chegou até aqui, demonstrou interesse na Pirataria Urbana e está determinado a conhecer mais sobre.

Você fica inquieto se permanece numa rotina por muito tempo? Costuma lutar para conseguir o que quer, usando os mais diversos meios, porém, nunca abandonando seus amigos? Não é de respeitar ou perder tempo com aqueles que não são capazes de se defender, mas se são queridos, defende eles do mesmo jeito? Fazer as coisas direito o satisfaz? Você sente orgulho da forma como faz as coisas e faz sempre o melhor?

Você deve estar se perguntando como sabemos tudo isso. Sabemos porque pensamos da mesma forma. Nós somos Piratas Urbanos! Valorizamos a informação e o conhecimento. Não importa o quão antissocial você seja, você sabe que há desvantagens em trabalhar sozinho e que é necessária uma equipe para que alguns projetos sigam em frente.

Por mais que Piratas tenham alguma fama de ser briguentos, zoeiros, frios e calculistas, a maioria das pessoas, entre eles, outros grupos que seguem alguma ideologia semelhante, costumam torcer o nariz quando descobrem que seguimos este ideal. Muitos sequer sabem o que é Pirataria Urbana, confundem com o pessoal da Somália ou com anarquistas bêbados que mal sabem o que querem da vida. Alguns de nós podem até ser bêbados e gostar um pouco desta coisa de anarquia, mas estamos longe de ser gente assim.
Ass: Barbarossa Targas

Piratas são vistos como fanfarrões, gananciosos e loucos para causar alguma confusão. Mas quem não é? Somos com frequência chamados de "ralé", meros plebeus, Acho que a melhor é ser chamado de analfabeto ou se considerar gay não praticante.
Ass: Barbarossa Targas e outras coisas que sequer devemos levar como ofensa. Somente nós sabemos a verdade sobre quem somos e o que fazemos. Se existe uma hora pra desistir e seguir sua vidinha comum, a hora é agora. Se decidir navegar conosco, podemos garantir que terá boas histórias para contar e que irá se divertir.

O Guia da Pirataria Urbana é um guia para todos aqueles que desejam fazer parte desta cultura, ou até mesmo aqueles que possuem curiosidade. Você vai encontrar comentários de diversos membros, que você pode ler ao passar o mouse na parte grifada. O comentário vai aparecer no canto superior esquerdo da tela. Testando... 1... 2... 3... Nada importante aqui. Mas não deixe de verificar os outros.
Ass: Barbarossa Targas Nos dispositivos mobile essa parte foi desabilitada, preguiça do programador. Não é todo mundo que vai poder comentar nesta parte grifada, selecionamos apenas os ícones da Pirataria Urbana brasileira. Quer comentar? Mereça.

Agora que você já sabe o que é este guia, lembre-se que não é só aqui que vai achar a informação necessária. Sempre busque mais!

A História da Pirataria Urbana

Durante estes anos, poucos tiveram interesse pela história de como tudo isso começou, talvez seja pelo fato de não existir uma fonte oficial do início de tudo. Muitos sempre estiveram mais interessados no presente e nos momentos por vir.

A Pirataria Urbana pode te levar para todos os cantos imagináveis e inimagináveis, somos destinados a conhecer outros piratas pelo mundo afora. Fazer algo sem saber nada do que seus próprios antecessores faziam é, no mínimo, imprudente.

Antes de saber da existência desta cultura, muitos futuros piratas perambulavam por aí. Ninguém imaginava que isso existia e que seria mundial. Alguns criavam grupos pequenos, alianças, se uniam com outras pessoas de pensamento igual. Nomeavam estes grupos e criavam o que chamamos de Navios. Muitas bandeiras de pequenos grupos foram e ainda são criadas com bastante frequência. Estes navios eram criados com algum objetivo, com seus membros cooperando entre si, eles sabiam que era vantajoso atuar em conjunto com outras pessoas e poder contar com reforços. Notaram que dando funções para seus membros, era mais fácil trabalhar em equipe.

Mesmo sem nenhum documento histórico oficial, sabemos que existem navios pelo mundo com mais de 20 anos, provando que a cultura da Pirataria Urbana é mais antiga do que se imagina. Em essência, os navios eram uma espécies de clube, assim como os Moto-Clubes, onde pessoas se identificavam com os antigos piratas. Ao longo dos anos, diversas pessoas formaram alianças. Muitos dos que só estavam no calor do momento acabaram desistindo antes mesmo de alcançar algum objetivo. Os poucos que prevaleceram estão firmes até os tempos atuais.

O que Piratas Urbanos Fazem?

Temos o trabalho mais difícil que existe: Levar para frente uma cultura que outros já tentaram e falharam. Enquanto alguns desistem antes de tentar, nós somos aqueles que ignoram quase todas as dificuldades e fazem.

Ok, mas o que fazemos de tão especial? A gente se reúne para viver como piratas, mesmo que na maior parte dos casos, seja apenas por algumas horas ou dias. No geral, nossos encontros são recreativos. Praticamos o Pirateplay (Vestir-se como um pirata); navegamos; duelamos; bebemos; comemos; dançamos; cantamos (mal); entre outras manifestações artísticas e culturais;

Há alguns navios que possuem objetivos comunitários e sociais de diversos tipos. Além de toda esta diversão, tem muito trabalho para fazer os projetos irem para frente. Mas por onde podemos começar?

Todo Pirata Urbano precisa começar em algum momento, e eu entendo que talvez você seja só um Gotardo Não sabe o que é um Gotardo? Tem um Glossário no fim do livro.
Ass: Barbarossa Targas e não conheça tudo sobre a Pirataria Urbana, mas isto pode mudar.

Tudo funciona de forma simples: Você se considera um Pirata Urbano, busca outros Piratas, de preferência uma tripulação, vê se você se encaixa, faz o trabalho para eles e com eles. O trabalho pode ser qualquer um, isto vai depender do objetivo do teu navio. Torça para que seu Capitão seja gente boa, muitos por aí não são, mas estes não costumam durar muito mesmo. No final, você pode até ganhar um dinheiro, alguns presentes, algumas vantagens futuras, mas o que importa mesmo são os amigos que fará em sua jornada. Não se esqueça que as vantagens podem aparecer em qualquer grupo, então, se está aqui só por isso, uma hora as pessoas vão notar e isso não vai ser bem visto entre os tripulantes.

O Capitão vai te dar um papel dependendo das tuas habilidades. Isto é muito pessoal, pode ser qualquer um. Aconselhamos que você pesquise antes e escolha, pois o Capitão pode saber avaliar bem, mas não adianta exercer uma função que você não gosta. O Capitão vai guiar a tripulação para os objetivos do navio. O principal: em todo navio existe uma democracia, onde todo pirata possui direito ao voto, mas a liderança é indispensável.

Se o trabalho fosse fácil, qualquer um poderia fazer. Mas você não é qualquer um. Você é um Pirata! Orgulhe-se disto.

O que Piratas Urbanos não são

Agora que você já tem uma base da Pirataria Urbana, Vamos desfazer algumas ideias erradas que muitos vermes espalham de nós por aí.

Piratas aceitam um serviço por dinheiro?
Piratas Urbanos costumam trocar seus serviços por alguma coisa, seja um stand em evento, dinheiro, comida ou até um abraço. Sim, mas somente quando um Capitão aprova. Se algum Pirata aceita um serviço ou remuneração em nome da tripulação, sem qualquer aprovação do Capitão, desconfie! Usar o nome da tripulação quando não foi aprovado pela capitania dá problema. Piratas muitas vezes não cobram pelo serviço feito, principalmente se foi feito para outros Piratas, mas uma garrafa de rum Pode ser cerveja, cachaça, conhaque... Ou até mesmo uma coxa-creme!
Ass: Barbarossa Targas sempre vai cair bem. Claro, dinheiro sempre é bem-vindo, afinal, o navio não se sustenta sozinho! Não podemos esquecer que este estilo de vida é voluntário e na maior parte dos casos (quase sempre), a gente não fica com o butim, mas sempre acaba colhendo frutos, sejam eles uma nova amizade, um favor ou até comida grátis. O tesouro nunca é de um, é da tripulação.

As leis comuns (nacionais e internacionais) se aplicam aos Piratas Urbanos?
Infelizmente sim. Apesar de todo este ideal Pirata, não queremos acordar na prisão. Muitos navios possuem seu próprio código, O Código Pirata varia de navio para navio, e ainda assim, existem alianças que possuem um código a ser seguido.
Ass: Barbarossa Targas mas isto não quer dizer que as leis não são seguidas. Claro, somos Piratas, mas temos bom senso. Fazemos o possível e o impossível para saber sobre como as leis funcionam, sempre estamos nos atualizando. Quando um Pirata infringe uma lei que pode causar problemas para o navio, este Pirata deve arcar com as consequências dos seus atos, afinal, cada escolha requer uma renúncia.

Todos os Piratas Urbanos fazem parte de algum navio ou aliança?
Não. Infelizmente para eles, pois alguns Piratas Urbanos perdem reconhecimento atuando sozinhos. Não que isto seja a coisa mais importante, mas uma reputação como Pirata raramente se faz navegando por conta própria.

Piratas Urbanos competem entre si?
Não deveriam, principalmente se forem membros do mesmo navio ou aliança. O Capitão costuma dar cargos para as pessoas sempre se baseando nas habilidades do mesmo, e um Pirata feliz com sua função não tende a competir com outro. Claro, sempre tem gente que cobiça o papel alheio, mas tudo pode ser resolvido facilmente. Quando alguém interfere nisto, sendo ele de dentro ou de fora, é conversado para que este caso não aconteça novamente. Quando a competição entre os tripulantes passa dos limites, o Capitão sempre interfere.

Como sei que sou um Pirata Urbano?

Você realmente quer ser um Pirata Urbano? Apenas entenda: ninguém julgará os seus motivos, mas com toda certeza vão ficar de olho!

Pense bem antes de afirmar que é um Pirata Urbano. Lide com os problemas pessoais antes de vir chorar, não somos nós que vamos te tirar da forca. Podemos tentar te ajudar, mas não vamos resolver seus problemas para você.

Já parou pra pensar o motivo da Pirataria Urbana atrair tanta gente de outros grupos? Já convertemos Vitorianos, Vikings, Punks, Steamers... No fim eles sabem que piratas são sempre mais legais.
Ass: Barbarossa Targas Está no sangue deles. Eles já são pessoas diferentes por natureza e justamente por não se encaixarem em outras comunidades, encontram na Pirataria Urbana uma válvula de escape e uma família.

Além disto todo mundo precisa de amigos e família, certo? Não há vergonha alguma em assumir isto. E na Pirataria Urbana existe grande chance de você encontrar, só não espere muita gente normal, nenhum Pirata bate muito bem da cabeça. Apesar que depois do Doc, todos parecemos normais.
Ass: Barbarossa Targas Podemos até dizer que ser excêntrico é regra. Isso aqui não é um grupo revivalista, religioso ou até mesmo de cosplay. Não estamos aqui por fama ou dinheiro. Você não se adaptou em nenhum lugar? Então acho que vai se adaptar aqui.

Piratas amam o que fazem e vão falar sobre isso até você não aguentar mais. Talvez eles acabem sendo irritantes, mas não estão errados. Nós somos Piratas Urbanos, somos ótimos nisso. Se você acha que é um Pirata Urbano e se encaixa no que eu disse acima, ninguém pode te dizer que você não é. Só não se esqueça que uma reputação e reconhecimento são indispensáveis.
Ass: Barbarossa Targas Tenha orgulho de ser um Pirata.

Requisitos para se tornar um Pirata Urbano

COMPLEMENTAR ESTA PARTE

A verdade é que você pode se tornar um Pirata Urbano somente querendo ser um. Se você disser que é, você é. Mas a diferença é que se você não faz parte de navio algum, as chances de não receber reconhecimento são altas. Para tudo há um jeito fácil e outro difícil, um atalho para se tornar um Pirata Urbano é se associar a um navio que acabou de iniciar. Se você se torna membro de um navio, automaticamente passa a ser membro da aliança da qual o navio faz parte.

Como Pirata você chamará atenção. Não vai chamar pouca atenção, mesmo em dias comuns, alguns acessórios do cotidiano de um Pirata chamam mais atenção que muito hipster. E qualquer um que não tenha vergonha vai começar a falar e fazer perguntas. Muitos vão tirar fotos tentando fazer com que você não perceba, É divertido chegar com cara de bravo e assustar estes!
Ass: Barbarossa Targas fazer comentários com as pessoas ao lado. Crianças vão querer se aproximar de você. Pirralhos que mal aguentam uma garrafa de vinho vão tentar te impressionar para fazer parte. Muitas pessoas vão arregalar os olhos na sua direção, estranhar ao ver a espada e perguntar sobre você e seu grupo.

Algumas bases dos Piratas Urbanos

Todos os Piratas Urbanos sabem as bases da cultura, ou ao menos deveriam saber, e os verdadeiros de fato a seguem, indireta ou diretamente.

Desde sua concepção inicial, até os dias de hoje, o objetivo da Pirataria Urbana é unir pessoas com interesses em comum. A primeira missão dos piratas é sempre garantir que os objetivos do navio se concretizem. A forma que vão fazer isto é com vocês.

Os princípios da Pirataria Urbana formam a base moral, que é aceita por todos os participantes da cultura e que se ajusta aos diferentes costumes de cada um. Ninguém está aqui para fazer regras demais, mas infelizmente, elas são necessárias. Tudo o que tentamos passar é presente no dia a dia de todos os piratas. Isto deve motivar outras pessoas a ingressarem em nossa cultura.

Para os Piratas Urbanos, existem o que chamamos de Pontos Cardeais, e não estamos falando de Norte, Sul, Leste e Oeste. Estes pontos cardeais, para nós, são:

1. Liberdade – Seja livre para ir e vir, para pensar, para fazer, para tudo. Seja livre;
2. Igualdade – Ninguém liga para seu cargo ou suas origens, você é igual a todos;
3. União – Dever para com o próximo, lealdade ao navio, harmonia, compreensão e cooperação;
4. Fraternidade – Ajude quem quer ser ajudado, não perca tempo com parasitas.

A Pirataria Urbana é forte porque seus membros são fortes. E como ela mantém você forte? Os quatro Pontos Cardeais. Além dos pontos cardeais existem também outras bases que são seguidas por muitos navios, mas obviamente as bases variam, porém são encontradas em quase todos os navios:

1. Resgatar e preservar os aspectos positivos da cultura antiga clássica;
2. O sentimento e orgulho de ser livre;
3. A identificação com o antigo e o novo, pegando os melhores aspectos de ambos;
4. Liberdade de expressão;
5. Igualdade, independente de qualquer rótulo;
6. Reunir todos superando quaisquer diferenças;
7. Reconhecer os quatro pontos cardeais da Pirataria Urbana que são: liberdade, igualdade, união e fraternidade;
8. Solidariedade com tudo e todos.

Além disto, existem outros pontos que são bastante comuns nos navios, chegam até a fazer parte das regras oficiais de alguns, e mesmo que não façam, muitas vezes são levados mais a sério que as próprias regras do navio.

O direito de um Pirata acaba quando começa o de outro. Então, respeite os outros Piratas. Pirataria Urbana pode parecer naturalmente competitiva, mas é sempre bom repetir com frequência e com palavras pequenas e fáceis de memorizar.

Nenhum Pirata pode interferir nos assuntos de outro navio. Se você achou isto difícil de engolir, acho melhor parar a leitura por aqui. A necessidade disto não é nenhum mistério. Cada navio tem seus ideais e objetivos, a não ser que você faça parte dele, fique de fora.

Todo pirata tem o direito ao voto nas questões do momento. Sempre diga o que pensa, isto pode mudar totalmente a visão sobre algo. Maior parte das coisas é votada antes de ser executada, é uma burocracia das grandes, mas evita qualquer chance de motim.

As vantagens de fazer parte de um navio

Você gosta de trabalhar sozinho e de fazer as coisas do seu jeito? Fique à vontade para continuar assim. Porém, existe uma coisa que você deveria pensar antes de ser um pirata independente: a maioria tem tanta coisa para fazer que passa a maior parte do tempo não fazendo nada. Talvez isto o surpreenda, mas os navios não existem apenas por status. A primeira função é dar apoio aos seus tripulantes em todos os aspectos.

Equipamentos
Os navios costumam oferecer equipamento e suprimentos para todos os membros. O equipamento inclui tudo, desde o que é indispensável para operar em situações únicas, como o habitual. Os equipamentos costumam ser de todos. Se você precisar de itens caros ou especiais para uma tarefa, a tripulação vai fazer o possível (e as vezes o impossível) para conseguir. Em geral os equipamentos ficam com o Capitão, ou com algum encarregado nomeado.

Reciprocidade
Você faz por seu navio, sua tripulação faz por você. O que isso quer dizer para os tripulantes? Caso você perca algumas horas de um dia livre ajudando um tripulante em uma tarefa, poderá solicitar ajuda do mesmo depois. Ele com certeza vai te ajudar. Isto vai além do que é ser um Pirata, isto é amizade. Lembre-se, se você está num navio, os tripulantes são seus amigos.

Reputação
Por que os piratas são chamados para os mais variados tipos de atividades? Seria porque somos lindos? Seria porque somos fodas? Seria porque não ficamos de frescura com nada? Não, é por causa da nossa reputação. Como pirata, você faz parte dessa reputação.
Gostamos de fazer com que conheçam o profissionalismo e os feitos dos nossos membros. Nossos membros mais bem-sucedidos conseguem algumas regalias, como descontos em lojas, acessos específicos em sistemas, etc. Além de ter entrada vip em muitos lugares. Isso deve encorajar você a dar também o melhor de si em nome do seu navio.

Treinamento
Podemos dizer que, não importa o que você queira aprender, vai ter algum pirata que vai poder te ensinar. Isto não se limita a piratas jovens. Mesmo os veteranos estão ávidos por melhorar suas habilidades, aprender técnicas, testar novos métodos. Os navios oferecem treinamento para todos os membros e os encoraja a tirar máximo proveito dos recursos.
Por conta de nossa reputação temos também acesso praticamente ilimitado a treinamentos de outros grupos.

Tradições

Rum Eterno

Entre o início e o meio dos anos 2000, quando encontros entre piratas eram feitos semanalmente, era bastante comum que, sem qualquer tostão para beber, piratas pedissem dinheiro para pessoas que transitavam pelo local. O butim em geral era pouco, mas as vezes o tesouro acumulava o suficiente para que fossem compradas uma ou duas garrafas de rum. Rum escasso, era guardado sempre um pouco para o próximo encontro, e aquele pouco sempre era misturado com mais rum adquirido. Acabou ganhando o nome de Rum Eterno, pois aquela garrafa nunca deveria ficar vazia. A ideia é sempre misturar mais rum, colocar frutas, mel, etc. Assim, cada gole será único.

OX

Quando foi iniciada a escrita deste guia, algumas pessoas perguntaram o que era aquele OX no topo da página. Aquele símbolo não é mais usado como antigamente, porém, ele manteve seu significado ao longo dos anos. Ele serve para marcar território, claro, não quer dizer que o território é nosso, mas que este é um local de encontro de piratas, um local seguro e simples de encontrar. A ideia é sempre deixar este símbolo em um local pouco visível, de modo que seja reconhecido apenas por piratas.

No passado, quando piratas buscavam locais tranquilos e seguros para se reunir, e a internet ainda não era uma forma tão simples de usar como comunicação, os piratas usavam nomes fictícios para locais, onde somente eles saberiam sua localização, e marcavam o local com OX. Os nomes reais nunca eram citados, e os novatos eram levados até o local. Esta técnica não é mais tão usada hoje em dia, mas deveria em casos específicos.

Mas qual o motivo de terem escolhido justamente duas letras, o OX? Simples. Abra seu bloco de notas, coloque a fonte em um tamanho grande, digite OX (maiúsculo). Fez? Certo. Agora deite sua cabeça para a esquerda. De nada.

ASKS

Ainda sem conteúdo.

Passeio de Escuna anual

Ainda sem conteúdo.

Caças ao Tesouro

Ainda sem conteúdo.

Pirata do Ano

Ainda sem conteúdo.

Pirate Day

Ainda sem conteúdo.

Cargos

Você sabe o que é e o que faz um Contramestre? E um Timoneiro? Sabe qual a função do Contramestre? Pois saiba que estas são funções importantes dentro de uma tripulação. Além destas, existem outros cargos de igual importância para que tudo ocorra bem. Claro, cada navio possui seus próprios cargos, esta é só uma base para compreender melhor e bolar novas ideias.

Capitão
É o líder eleito pela tripulação e nomeado por outro capitão. Eleito? Sim. Se o líder não for votado, são grandes as chances de motim. Você até pode se auto-intitular capitão, mas posso lhe garantir que não vai durar muito. A função dele é cuidar dos objetivos do navio e zelar pela tripulação. Geralmente é ele quem decide a maior parte das coisas. Se alguma decisão precisa ser tomada ou algum problema ocorreu, é sua função resolver.

Imediato
O braço direito do Capitão. Sua função é ser o elo entre o Capitão e a tripulação, de modo que o Capitão possa ter mais tempo para decisões onde é imprescindível sua presença. Na ausência do Capitão, assume o comando.

Contramestre
Assim como o Imediato, é o elo entre o Capitão e a tripulação, mas este cuida dos objetivos da tripulação, mantendo a ordem. Encarregado da entrega das autorizações e avisos aos tripulantes.

Tesoureiro
É o responsável pelo tesouro da tripulação, desde o butim até o equipamento usado pela tripulação, como cordas, botes, etc.

Mercador
Este deve atentar aos mantimentos da tripulação, deixando-os protegidos e organizados, cuida também da aquisição e recebimento de provisões.

Cozinheiro
Prepara as refeições e previamente o cardápio e a lista de mantimentos. Encarregado em manter limpa e organizada a cozinha. Cuida do abastecimento de água, inclusive para preparar alimentos.

Médico
Responsável pelos primeiros socorros, deve manter o kit de primeiros socorros organizado.

Cirurgião
Assim como o médico, este é responsável por socorros mais graves.

Mestre das Armas
Cuida do armamento da tripulação. Também responsável pela manutenção das ferramentas.

Mestre de Mezena
Deve cuidar dos afazeres da tripulação e dar avisos rápidos sobre como concluir os afazeres de cada.

Canhoneiro
Assim como o Mestre de armas, mas cuida apenas das armas de grande porte do navio.

Cronista
Cuida dos registros da tripulação onde consta o histórico e suas recordações.

Músico
Trabalhar em silêncio ou ouvindo reclamações dos confrades não é do agrado da maioria. Para isso temos o músico do navio. Sua responsabilidade é tornar menos árduo o trabalho, divertindo e relaxando a tripulação com canções.

Artesão
Sua função é criar peças dependendo do objetivo do navio.

Timoneiro
Segue o melhor caminho para alcançar o objetivo do navio.

Sommelier
Cuida do preparo e estoque das bebidas.

ABS
Maior conhecedor de todo o equipamento da tripulação, cede o equipamento necessário para cada tripulante na situação adequada. Deve saber ler os céus, o tempo, os ventos e, o mais importante, o humor dos tripulantes.

Grevista
Cuida de toda a arrecadação do navio.

Grumete
O Gotardo da tripulação, geralmente pega os trabalhos mais pesados.

Vestes

Não será abordado nada muito elaborado, apenas o essencial para não fazer feio com o visual. Também não estaremos abordando nada histórico, não somos revivalistas, a regra basicamente é você se parecer com um pirata. Se você se olha no espelho e se reconhece como um pirata, está feito. Ninguém vai ligar se você está de camiseta e calça jeans. O visual não é importante, pois Pirata Urbano não é visual, é atitude!

Uma dica que vai ajudar muito antes de começar a ler este trecho é: procure em brechós e bazares! Dá pra achar muita coisa legal por alguns míseros reais.

Calçados

Começando de baixo para cima, pois talvez seja a parte mais complicada, então se for pra desistir, desista agora. Maior parte dos Piratas Urbanos que conheci costumam variar entre 3 calçados: Bota de montaria, coturno e sapato.

Botas de montaria ou botas campeiras são, em geral, a primeira opção. Pode usar sempre, ela serve bem para proteger os pés, parece um sapato, é confortável e tão durável quanto o coturno. Existem boas botas que são impermeáveis, e com elas é possível entrar na água rasa sem molhar os pés.

É algo relativamente simples de encontrar… se você tiver pé pequeno. Sim, pé pequeno. Chega a ser impossível achar uma bota de montaria masculina em cidades grandes, então temos de apelar para lojas especializadas em tamanhos grandes, que são poucas. Nestas lojas as botas costumam ser caras e apresentar uma qualidade que não compensa o preço, variando de R$200 a R$400.

Outra opção seria buscar tais botas em lojas especializadas em “coisas country”, mas neste ponto sofremos com o problema dos preços abusivos, onde uma bota de couro de boa qualidade costuma ser R$400 ou mais. Se quiser mais barato, só viajando para as cidades do interior ou sul do país, onde uma desta costuma custar de R$150 a R$300.

A opção mais barata, e também a mais difícil é ter pé pequeno e mente aberta. Sim, usar botas femininas. A diferença é que calçados femininos costumam ir até o 38, sendo difícil achar quando você tem um pé 43. Caso ache, dá para comprar botas legais por uns R$60.

A melhor opção de todas é definitivamente o Mercado Livre. Lá você encontra todos os tipos de botas de montaria, geralmente vindas do sul do país, em couro e solado bastante durável, em geral, aqueles solados de pneu de caminhão. A média de preço é de R$150. Apenas pesquise bastante os vendedores, pois infelizmente o Mercado Livre é cheio de gente de má fé.

Coturno é a primeira opção para muitos que estão ingressando neste estilo de vida, pois muitos já usam coturnos desde sempre ou acabam vindo de outras culturas que usam também.

De uso voltado para o uso militar em atividades de combate, são geralmente de couro tratado para tornar-se impermeável. Costumam ser uma ótima opção por conta da durabilidade, possuindo vida útil mais longa do que as botas comuns.

Podem ser comprados em quase todas as cidades, tanto em lojas militares quanto em lojas especializadas em artigos para subculturas. O preço é bastante variável, costuma custar no mínimo R$60.

Sapatos, os bons e velhos sapatos costumam ser a opção mais barata, mas não o melhor custo-benefício. Não protegem bem os pés, costumam ter uma durabilidade baixa, porém, se você está sem dinheiro, já serve. Você acha sapatos em quase toda loja de calçados e costuma custar no mínimo R$20.

Meias. Ninguém liga para as meias, use meias confortáveis. Caso você queira um visual mais revivalista, pode usar meias brancas compridas combinadas com sapatos e calça corsário. Mas por favor, esteja ciente que será engraçado e as pessoas vão rir.

Lembrando que qualquer modificação é bem-vinda, desde modificar as botas para ter aquela dobra que vemos nos filmes até pegar um sapato antigo e transformar em uma bota. São inúmeras as possibilidades. Você também pode optar por não usar nada. Descalço é sempre bom.

Calças

Calças talvez sejam as vestes mais simples de se conseguir. Elas não possuem qualquer regra, e na verdade, usar o que te dá conforto é o que há.

Calças sociais costumam ser a primeira opção quando deseja um visual pirata completo. Elas lembram as calças usadas durante a era de ouro da pirataria, costumam ser confortáveis, e se pesquisar bastante, pode conseguir por um preço relativamente baixo. Além disto, elas possuem bolsos, bolsos são sempre bons. O preço pode variar muito, muito mesmo, de R$20 até o infinito. Claro, não compensa pagar muito caro, mas esteja ciente de não pegar calças de má qualidade e acabar ficando pelado na rua.

Calças de moletom costumam ser uma boa pedida também, em especial no frio. O problema com ela são os bolsos, em geral não possuem passador para cinto e o preço é um pouco salgado. É raro achar por menos de $40, e quando achamos, são aquelas que possuem apenas bolsos traseiros e elásticos na cintura. Ainda assim, elas são ótimas para dormir no frio.

Outros tipos de calças também servem. Ninguém liga se você gosta de Jeans, sério.

Camisas

Camisas sociais costumam ser a primeira opção. Acredito que quase todo mundo possua uma. E uma camisa social na cor branca acaba sendo adotada pela maioria dos piratas. Elas costumam variar bastante de preço, assim como as calças sociais. Dá pra achar de R$20 até o infinito.

Camisas/batas indianas costumam ser a melhor opção, mas não a mais barata. Dá pra achar destas de R$30 até R$80. O problema mesmo é achar. Costumam ser encontradas apenas em lojas especializadas ou em camelôs. Mas são definitivamente as mais confortáveis.

Mandar fazer as vezes é uma boa pedida também, existem profissionais da costura que costumam cobrar barato e fazer um ótimo trabalho. Vale a pena pesquisar modelos e orçar.

Coletes

Aqui não temos muito o que falar, pois nos restam poucas opções. Com certeza a melhor delas é visitar brechós e bazares, é onde encontramos coletes dos mais variados preços, já vi coletes sendo vendidos por R$1. A outra opção é mandar fazer um personalizado. Claro, você pode pegar algum casaco, paletó ou algo assim, cortar as mangas e pronto. Fica bem legal, recomendo.

Bandanas

Aqui também o que vale é sua imaginação. Qualquer tecido que dê para amarrar na cabeça serve. Alguns piratas costumam usar lenços daqueles vistos em qualquer loja. É comum também aqueles lenços quadrados.

Chapéus

Chapéus com abas largas são a melhor opção, sempre. Acredito que os melhores são os de feltro, mas qualquer material é bem-vindo. O preço pode variar bastante, onde os mais baratos são achados por R$20. Podem ser achados até em shopping, mas não se esqueça, se tem no shopping, você pode achar fora dele pela metade do preço.Mas o que fazer com um chapéu de abas largas? Oras, basta costurar as abas de modo que lhe agrade. Ele pode se tornar um tricorne, bicorne, etc. O que vale na verdade é a customização.

Chapéus de pirata de lojas de fantasias não são a pior pedida, mas podem acabar te salvando numa necessidade. Eles costumam ser feitos de feltro duro, e necessitam de alguma customização para não ficarem com cara de fantasia mesmo. Dá pra achar até por R$10, mas é bem difícil.

Customize sempre seu chapéu. Aliás, customize sempre tudo! Você pode ser pirata e original ao mesmo tempo.

Casacos

Casacos Femininos costumam ser a opção mais barata. Muitos dos modelos vendidos em lojas parecem bastante com os casacos dos piratas antigos. É possível achar, procurando bem, por R$40 ou R$60. O maior problema aqui é achar um modelo que te sirva ou que seja legal. Então, isto vai te custar algum tempo.

Sobretudos de segurança também são legais, mas estes costumam ser muito quentes, e caros. É difícil achar por menos de R$120.

Mandar fazer é uma ótima pedida. Você pode achar alguém que faça barato. A melhor parte é que é feito sob medida para você, e acaba se tornando sua “marca”. Cálico Jack que o diga…

Brechós, sempre os brechós. Acho que não precisamos repetir, né?

Acessórios

Acredito que esta parte deva ficar em aberto. Afinal, isto vai da sua imaginação e necessidade. É uma boa procurar nos grupos quando quiser algo novo. Lembrando que é sempre uma boa comprar de artesãos, cada pela deles é única.

Noções de Sobrevivência em Ambientes Naturais

O Pirata Urbano é, na maioria das vezes, um amante de atividades e esportes realizados em ambientes naturais, como trilhas, arborismo, escaladas e esportes náuticos.

O convívio com a natureza é sempre prazeroso, embora possa trazer riscos de acidentes quando não é executado de maneira adequada. Na selva, perder-se em uma trilha ou encontrar um animal peçonhento pelo caminho são alguns dos riscos frequentes. No mar, um naufrágio pode acontecer e o sobrevivente precisa conhecer algumas técnicas para garantir sua vida até ser resgatado.

Muitos programas de televisão como “A prova de tudo” (Man vs. Wild), “Desafio em dose dupla” (Dual survival) e “Largados e pelados” (Naked and afraid) passam ao telespectador a impressão de que utilizar as técnicas de sobrevivências não é difícil, e muitas pessoas se arriscam ao tentar imitar o exibido no programa, colocando assim suas vidas em risco.

Ao se elaborar um passeio ou atividade ao ar livre é sempre necessário planejar de forma adequada e ter na equipe organizadora membros experientes para a segura e proveitosa execução da atividade.

Nesse caso, ao se utilizar das técnicas de sobrevivência, tendo o ambiente controlado e com intuito de interagir com a natureza, como em um acampamento, os participantes realizarão uma atividade de “vivencialismo”, que se define como:

“Vivência ou vivencialismo é interagir com a natureza. Viver intensamente as sensações que a natureza desperta. Fazer uso de técnicas primitivas de obtenção de água, fogo, alimentos e abrigos. Desfrutar da natureza sem correr riscos. O principal objetivo é aprender com a natureza.”

A sobrevivência, ou sobrevivencialismo, ocorrerá após um acidente derivado destas atividades, gerando maior estresse nos participantes e tornando o uso das técnicas muito mais necessários, porém difíceis. Uma situação de naufrágio ou perda de localização na selva, devem ser considerados como emergência e situação de sobrevivência, onde a manutenção da vida é o objetivo principal até o resgate.

“Sobrevivência nada mais é do que permanecer vivo após uma situação perigosa ou acidente. Manter-se vivo em ambiente hostil, sem condições adequadas de hidratação, alimentação, abrigo e segurança. O principal objetivo é permanecer vivo até a chegada do resgate ou até encontrar ajuda.”

Em caso de problemas em trilhas em áreas de vegetação, o grupo ou indivíduo, ao ver-se isolado na selva, tenderá naturalmente a movimentar-se em uma direção qualquer, em busca de salvação. Será normal esta precipitação, mas totalmente errada, pois muitos já perderam a vida por se terem deixado dominar pela ânsia de salvar-se, andando a esmo e entrando, fatalmente, em pânico.

“Seu maior inimigo será você em pânico e não a fauna local por mais desconhecida e aterrorizante que pareça ser.”

Ou seja, a primeira coisa a se fazer é manter a calma. O desespero e o pânico podem levar o grupo todo para um destino trágico. Para que as ações de sobrevivência sejam efetivas, é necessário que sejam executadas em ordem de importância. A forma mais simples de lembrar da ordem das ações é através da palavra SAFADA.

1. Sinalização
2. Abrigo
3. Fogo
4. Água
5. Distribuição de Tarefas / Descanso
6. Alimento

Para entender cada item e sua importância:

Sinalização

O objetivo do grupo de náufragos ou perdidos na selva é sempre ser encontrado. Para isso é importante criar meios para que as equipes de busca possam localizá-los mais facilmente. É importante ser criativo para tal. A sinalização pode ser feita criando uma clareira na selva, escrever a palavra “SOS” na areia da praia com pedras e troncos, pendurar roupas com cores chamativas na copa das árvores, acender fogueiras (com fumaça escura durante o dia e clara durante a noite) são alguns exemplos para cumprir tal objetivo.

Sempre que o grupo realizar uma atividade de trilha, é importante que os participantes tenham algum instrumento sonoro como apitos e visuais como lanternas e espelhos. Em alguns casos, devem ser utilizados foguetes e sinalizadores presentes nos “kits de sobrevivência” (principalmente em naufrágios). Dessa forma, a chance da equipe ser localizada em menor tempo torna-se maior.

Abrigo

A proteção das pessoas é importante para manutenção do grupo. É preciso proteger-se dos fatores climáticos, intempéries e animais selvagens no período em que ficarão no ambiente natural hostil.

Desta forma, a construção do abrigo é uma prioridade para que haja um local de “base”, onde o grupo ou o indivíduo estarão seguros, principalmente a noite.

Diversos abrigos podem ser confeccionados utilizando-se da vegetação do local. Madeira e folhas podem se tornar cabanas e camas. Cavernas podem ser utilizadas, após certificado que não há nenhum animal que a utilize como toca.

Na selva, dê preferência a abrigos com local de dormir elevado, pois os insetos e animais rastejantes são grandes inimigos noturnos.

Fogo

Após a construção de um abrigo, é necessário obter fogo. Não adianta ter água e alimentos sem o fogo para fervê-la e cozê-los. Além disso, o fogo ajudará a repelir insetos hematófagos como pernilongos, espantará animais maiores e protegerá o grupo do frio noturno.

Sempre que uma atividade for realizada em ambientes naturais, levar isqueiros e velas é uma boa ideia. Com a necessidade de fazer fogo, serão instrumentos úteis.

Utilizar pederneiras, arco e fricção de madeira em ambientes de selva tropical (como a Mata Atlântica) torna-se quase impossível devido a alta umidade.

Pode-se fazer fogo sempre procurando algum material de fácil combustão, como gravetos secos, ninhos, vegetação seca para iniciar a chama (com o uso e uma fonte de calor) e depois aumentar com materiais maiores como galhos e troncos.

A manutenção da fogueira é de grande importância, devendo o grupo eleger uma pessoa ou realizar revezamento a fim de não deixar o fogo se extinguir e não deixar que a chama acidentalmente se espalhe pelo local.

Água

O grupo agora precisará obter água. O corpo humano pode resistir a alguns dias sem alimento, mas pouquíssimo tempo sem água. É preciso se hidratar o máximo possível nestas situações, pois o calor e o estresse fazem o corpo perder muito líquido durante o dia.

O cantil e garrafas ajudarão a conduzir e armazenar água porém, caso não os tenha, pode-se encontrar cabaças, cocos e bambus para a mesma finalidade. Na floresta tropical, é possível encontrar água pura em diversas fontes como cipósd’água, bambus e nascentes. Água encontrada em bromélias, lagos, riachos e outras fontes devem sempre ser fervida antes do consumo.

Mesmo que esteja com muita sede, evite beber água sem purifica-la, pois pode-se ingerir diversos organismos patogênicos que causarão desequilíbrios no organismo já debilitado ou até mesmo levar ao óbito.

Em caso de chuva, armazene o máximo de água possível, principalmente se não houver uma fonte abundante na área.

Distribuição de tarefas / Descanso

Se o indivíduo encontrar-se sozinho nessa situação, após a sinalização do local, montagem do abrigo, confecção da fogueira e obtenção de água, o mesmo deverá descansar e recuperar energias para depois procurar alimentos.

Em caso de grupo, esse é o momento de se distribuir tarefas. Todos devem ter uma atividade a realizar. Isso impede que as pessoas fiquem ainda mais nervosas com a situação, pois ocuparão suas mentes e utilizarão suas energias para atividades úteis.

É preciso que o líder utilize as pessoas da melhor forma possível, naquilo que são capazes de fazer com menor dificuldade.

Dividindo as tarefas, todos pouparão energia enquanto esperam o resgate.

Alimentos

A busca por alimentos só deve ser executada após todas as outras atividades estarem finalizadas. Ingerir alimento sólido sem água pode levar a desidratação. Sem o fogo não é possível cozer a carne de alguns animais, podendo assim contrair algum patógeno.

A obtenção de alimentos se dará de forma variada. O conhecedor de botânica do grupo poderá encontrar vegetais e frutos comestíveis como brotos de bambu e brotos de samambaia. Animais, ovos e larvas de insetos são excelentes fontes de proteínas.

Deverá ser evitado a ingestão de insetos, pois podem causar náuseas ou ainda ferimentos.

Para os frutos e vegetais, na dúvida de ingeri-los ou não, utiliza-se geralmente a regra CAL.

Se o alimento for Cabeludo, Amargo e Leitoso não deve ser consumido. O alimento deve ter essas três características juntas para ser considerado perigoso.

No geral, em caso de frutos, observa-se se são consumidos por outros animais, pois isso indica que não é venenoso.

Caso haja necessidade de deslocamento, utilizando uma bússola, uma carta ou um riacho como referência, realizar a caminhada apenas no período diurno, conferindo sempre o número de membros do grupo para não deixar ninguém para trás e sempre criando sinais da passagem pelo local, como galhos quebrados, peças de roupa na vegetação ou marcas nos troncos.

Ao entardecer, o grupo deve parar, montar abrigos, confeccionar o fogo, descansar, se hidratar, alimentar-se e esperar o amanhecer para recomeçar a jornada.

Caso o grupo se perca durante o deslocamento, a calma deve ser mantida. Utiliza-se nestes casos a técnica de ESAON.

Ou seja, Estacionar (parar; não se deve ficar andando à toa), Sentar (para descansar e pensar), Alimentar (saciar fome e sede para melhorar o raciocínio), Orientar (se localizar no espaço, saber de onde veio e localizar a direção do destino) e só então Navegar (seguir com a caminhada na direção selecionada).

É importante manter-se seco durante toda jornada, além de preferir vestir-se com roupas que tenham cores chamativas (vermelho, laranja e amarelo) para facilitar a visualização por parte dos membros do grupo e equipe de resgate.

Equipamentos

Ao sair para fazer uma trilha ou acampar, além dos itens de conforto como barraca, lonas, talheres e etc, alguns equipamentos serão úteis em caso de necessidade de sobrevivência, sempre leve-os em sua mochila. É melhor ter e não precisar, do que precisar e não ter.

Os itens em questão são:

1. Faca;
2. Lanterna;
3. Isqueiro;
4. Bússola;
5. Cantil;
6. Alimentos energéticos;
7. Apito;
8. Cordões.

Com estes itens você poderá obter todos os elementos necessários para a confecção de sinalização, abrigo, fogo, água e alimentos.

É importante lembrar que este guia traz apenas informações e noções sobre o tema “sobrevivência”. Caso pretenda realizar tais atividades, é importante participar primeiro de cursos específicos sobre o tema, onde aprenderão na prática a desenvolver as técnicas para sobrevivência. Só a experiência e a prática levam a correta utilização dos meios naturais como recursos de sobrevivência.

Na sobrevivência existe um ditado:

“O único dia fácil foi ontem!”

Selva!!!

Referências Bibliográficas
FRANCES, M. Ascroft. A vida no limite. Rio de Janeiro: Zahar,2001.
MAMEDE, Leonor Aparecida Sabbado. Vida na mata: guia de sobrevivência e ecologia. São Paulo: O Livrão, 1997.
PIVEN, Joshua; BORGENICHT, David. Perigo: como sobreviver a situações limite. Rio de Janeiro: Frente, 2001.
REZENDE, Celso A. J. de. Sobrevivência no Mar. Rio de Janeiro: Ingráfica Editorial, 2010.

Cabos, voltas e nós

Introdução

O uso de cabos, voltas e nós é muito importante e frequente em atividades na marinharia, esportes de aventura, ações de resgate e em muitas atividades rotineiras.

O conhecimento deste assunto é amplo e o segredo para se obter habilidades com cabos, voltas e nós é a prática. Para aprimoramento profissional, portanto, faz-se necessário um treinamento constante.

Vamos apresentar neste guia alguns nós fáceis de fazer e bastante úteis ao Pirata Urbano.

Cabo

É definido como o conjunto de cordões produzidos com fibras naturais ou sintéticas, torcidos ou trançados entre si. Podem ser dos tipos: Naturais ou Sintéticos.

– Fibras de Origem Natural: Quando desfiamos certos vegetais como o sisal, cânhamo, linho, algodão, manilha e juta. Ao se torcer as fibras, forma-se os fios de carreta. Ao torcer os fios de carreta forma-se os cordões e ao torcer os cordões forma-se os cabos.

– Fibras de Origem Sintética: De matérias plásticas artificiais e que podem ser esticadas em forma de fios. É mais resistente que o vegetal, sendo de aparência muito mais apresentável. Existem vários tipos de cabos de matéria plástica como o nylon e o poliéster.

– Cabo Torcido: Os cabos torcidos, normalmente não apresentam elasticidade, sendo portanto considerados estáticos.

– Cabo Trançado: Os cabos trançados, por apresentarem coeficiente variável de elasticidade, são, na maioria das vezes, dinâmicos.

Partes de um cabo

1. Alça: Volta ou curva realizada em um cabo.
2. Chicote: Extremos livres de um cabo.
3. Falcaça: Arremate realizado no extremo de um cabo.
4. Seio: Volta em que as partes do cabo se cruzam.
5. Vivo: Parte localizada entre o chicote e a extremidade fixa.

Nó

Geralmente são dados nos chicotes (extremidades) dos cabos, unindo-os, ou prendendo um chicote a qualquer objeto. Somente são válidos quando aplicados de forma correta e para os fins destinados.

Volta

São dadas, com o chicote ou com o seio de um cabo, em torno de um objeto qualquer. As voltas “abraçam” objetos.

Para ser considerado bom, um nó deve apresentar as seguintes características:

1. A – Ser simples de fazer;
2. B – Apresentar o Máximo de segurança;
3. C – Apertar a proporção que aumentar a pressão sobre o mesmo;
4. D – Ser fácil de desatar;
5. E – Que nunca se desfaz sozinho.

Voltas e Nós

– Meia Volta (Nó simples): Serve como base para outros nós.

– Nó de Oito: Este nó, tal como o nome indica, faz lembrar o número 8. É um nó de bloqueio que se executa nas pontas livres das cordas (cabos) por não poder passar através de orifícios, ou então para garantir que os nós não deslizam.

– Nó Direito: Método empregado para unir dois cabos de mesmo diâmetro pelo chicote. Por ser um dos nós mais fáceis de fazer, é usado com muita frequência para unir cabos de bitolas iguais sendo, para isso, o mais seguro dos nós.

– Nó de Escota: É um nó muito seguro, utilizado para unir dois cabos de diâmetros diferentes pelos chicotes.

– Nó de Pescador: Empregado para unir cabos escorregadios.

– Lais de guia: É um dos mais executados em todas as marinhas. Trata-se de um nó que garante uma alça segura, substituindo a mão ou alça de uma espia. Útil em salvamentos, ou em casos em que se deseja uma alça não corrediça.

– Balso de calafate: Também chamado de lais de guia dobrado. Como os demais balsos, oferece uma boa opção para salvamento de um náufrago, bem como para aguentar um homem que trabalha num costado ou num mastro, podendo ele ficar com as mãos livres.

– Nó de Azelha: É utilizado para fazer uma alça fixa no meio de um cabo.

– Nó Catau: Utilizado para se encurtar uma corda ou isolar uma parte esgarçada ou enfraquecida do mesmo.

– Volta do Fiel: São dois cotes dados um contra o outro, de modo que o chicote e o vivo saiam por entre eles, em sentido contrário. Trata-se de um nó de fixação ou ancoragem, de fácil confecção e alta confiabilidade.

– Nó de forca: Utilizado muitas vezes na história para enforcamentos. Atualmente, pode ser utilizado como decoração.

Cuidados com os cabos

Para prolongar a vida útil de um cabo, e empregá-lo em condições de segurança, deve-se seguir algumas regras básicas:

1. – Não friccionar o cabo contra arestas vivas e superfícies abrasivas;
2. – Não submeter o cabo a tensões desnecessárias;
3. – Evitar o contato do cabo com areia, terra, graxas e óleos;
4. – Evitar arrastar o cabo sobre superfícies ásperas;
5. – Lavar o cabo após o uso, em caso de necessidade;
6. – Não guardar cabos úmidos. Caso necessário, secá-los na sombra, em local arejado.

O acondicionamento de cabos poderá ocorrer de várias formas e, dentre elas, podemos citar o aduchamento em voltas completas e paralelas e o acondicionamento em bolsas.

No primeiro caso, deve-se realizar voltas com o comprimento de uma abertura de braços ou de um gabarito fixo, de forma que todas as voltas possuam o mesmo tamanho. Em um dos chicotes faz-se uma alça e, com o outro chicote, ao término do acondicionamento, fazem-se voltas em torno da massa do cabo.

Referências Bibliográficas
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Navegar é fácil. 14 ed. Rio de Janeiro: L. Machado de Barros, 2014.
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Velejando dos 8 aos 80. 4 ed. Rio de Janeiro: L. Machado de Barros, 2014.
BELMIRO, Arnaldo. O livro dos nós de trabalho e decorativos. Rio de Janeiro: Ediouro, 1987.
JARMAN, Colin. Nós e sua utilização: Nós, voltas, emendas, falcaças e costuras. Parede: Sete Mares, 2009.
MANUAL DE FUNDAMENTOS DE BOMBEIROS. São Paulo: PMESP, Corpo de Bombeiros, 1996.

Noções de Sobrevivência em Ambientes Urbanos

O fato de vivermos em uma cidade não faz com que sejamos especialistas em sobrevivência urbana. Mas o que seria a tal sobrevivência urbana? Simples: Estar preparado para situações de emergência dentro de uma cidade. Por mais que a selva de pedra que maioria vive possa parecer mais segura que uma ilha no meio do atlântico, ainda assim, é sempre bom saber como evitar problemas desnecessários.

Nós, piratas, acabamos chamando atenção, e muitas vezes não é de uma forma positiva. Não é incomum estar em uma situação onde é madrugada e você está num lugar desconhecido e sem qualquer tostão no bolso. Muitos lugares costumam ser bastante parecidos, e se localizar, mesmo sabendo nomes de ruas, pode ser um problema. Então, seguem algumas dicas que podem fazer a diferença.

Um pirata não navega sozinho
A cidade foi feita para a comodidade e conforto de todos, mas andar sozinho pode ser o chamariz para problemas. Evitem andar sozinhos, principalmente em dias de eventos piratas, onde a roupa chamativa pode não ser chamativa de uma forma positiva.

Dinheiro
Pode parecer uma dica inútil, mas nunca saia de casa sem qualquer dinheiro. Nunca se sabe quando pode acontecer qualquer acidente, ou até mesmo uma situação inesperada, onde ter uma pequena quantia pode ajudar bastante a te tirar de um problema. Nunca se sabe quando você vai parar numa zona desconhecida, e ter dinheiro nem que seja somente para a condução, pode te salvar algumas horas de caminhada.

Ouro/Prata
Conhecer o passado é estar preparado para o futuro. Os antigos piratas não usavam brincos, dentes de outro e outros adornos por mera moda. Na verdade, a moda nem era importante. Brincos de ouro e prata eram usados geralmente como uma poupança, e hoje não seria diferente. É bastante comum, em especial pelos grandes centros urbanos, ver lugares que compram ouro/prata. Estes tipos de adornos podem ser caros, mas podem te tirar de um problema algum dia. Não se esqueça de negociar bastante, ajuda. E não se esqueçam também da primeira dica deste post, afinal, nunca se pode confiar em quem está em volta, e as chances de te tomarem seus bens podem existir.

Mendigar sim, saquear não
Apesar de sermos piratas, e de piratas terem a fama de ladrões, não vai ser assim que você vai sobreviver. Na verdade, roubar vai lhe causar mais problemas ainda. Piratas costumam marcar os ASKs, mas estes são feitos para bancar eventos e outros projetos dos grupos. Numa situação de emergência, onde você não possui qualquer dinheiro ou algo que possa vender, esta dica pode salvar sua pele. Peça! Sim. Peça dinheiro para as pessoas. Não existe vergonha nenhuma em pedir, a vergonha é precisar de ajuda e ficar chorando pelos cantos esperando o mundo resolver as coisas para você. Uma roupa de pirata pode ajudar bastante ao pedir dinheiro, ela costuma chamar atenção. Aborde as pessoas, conte o que houve, peça. Pode ser sua salvação.

Conheça bem a cidade
Quem mora nas grandes metrópoles pode ter problemas neste ponto. Uma dica valiosa é, se não puder conhecer bem a cidade, conheça ao menos os pontos principais dela. Ter uma bússola ajuda bastante, em geral as cidades são divididas por zonas, sendo elas os quatro pontos cardeais. Mora na Zona Oeste, precisa chegar lá e não sabe onde está? Tenha uma bússola. Você também pode perguntar para as pessoas a direção, isto não vai te tornar menos pirata.

Julgamento e Sentença

Cada navio possui seu código e seu próprio modo de julgar e punir qualquer infração do mesmo. Claro, tudo pode ser resolvido na conversa.

É sempre bom ouvir todos os lados antes de apontar o dedo para o sujeito. Reúna provas, colete informações, sempre faça tudo da maneira correta. Cada lado tem direito a dar sua versão, e o veredicto é determinado pelo voto da maioria dos Piratas reunidos. Um Pirata considerado culpado de violar as regras costuma ser punido de diversas formas, desde uma punição leve como ficar em algum posto que certamente não lhe agrada, até a expulsão. Quem dá a última palavra? Geralmente o Capitão.

Podem ocorrer desavenças entre tripulantes. Caso isso aconteça, a melhor forma de resolver é sempre colocar os tripulantes para resolver o problema entre eles. Tudo pode ser resolvido numa luta de convés, apesar de haver alguns navios que adoram um duelo de sabres. Se você não sabe lutar, é uma boa hora para aprender. Depois da luta tudo está resolvido? Não, mas com certeza os tripulantes vão pensar duas vezes antes de perder tempo discutindo por bobagem.

Eu sou um Pirata Urbano, e agora?

Você pode se aceitar (e ser aceito) como Pirata Urbano. Mas, ao fazer isto, você ainda não sabe como levar seu estilo de vida adiante, ao menos não no nível de muitos navios. Você certamente quer conseguir, e rápido, mas esta é responsabilidade sua. Até agora te falamos o básico, porém, aposto que já pensa ser informação demais.

Você é bom com trabalhos manuais quando na verdade precisa é de alguém que entenda de análise de dados? Deixe este trabalho para outro! Distribuir tarefas é um dos passos principais para o sucesso. Não importa o quanto tenha vontade de fazer algo, se é necessário, deixe a tarefa para quem entende do assunto. Você pode até ir junto com teu confrade e aprender, mas é sempre bom deixar que ele faça.

Distribuir as tarefas deve ser a especialidade do seu Capitão. Alguém vai acreditar que você tem uma habilidade que pode ser útil um dia, e provavelmente não é a que você pensa. Todos costumam sempre verificar seu passado de forma meticulosa, além de analisar tudo que faz. Explicações demais para algo simples, ou um silêncio quebrado com qualquer barulho petulante. Microexpressões em uma mera fração de segundo. Tudo é avaliado por quem está te colocando neste meio. Esse tipo de coisa é quase universal entre os líderes, e prestar atenção nisso é essencial se quiser se tornar um.

Não é preciso dizer que devemos sempre evitar violar leis, por mais estúpidas que pareçam ser, mas um pirata deve pesar os riscos e julgar o que é melhor na hora. Você não tomaria uma bebida sem saber o que é. Não só beberia, como bebi várias vezes. E me fodi em alguns casos, quando acabei por beber gasolina com groselha. Mas isso não vem ao caso agora...
Ass: Barbarossa Targas Então, por que fazer parte de algo que sequer conhece direito? Muitos pseudo-piratas que não fazem o trabalho da forma correta acabam sujando para o nosso lado, o que dificulta o nosso trabalho. Não faça isso. Reserve um tempo para planejar e trabalhe em conjunto com seus tripulantes. Uma avaliação metódica pode durar semanas, de vez em quando meses, e deve ficar sempre em aberto pela duração da tarefa, conforme você descobre informações. Não espere que alguém te diga como fazer, vá e faça. Se tiver dúvidas, pergunte. É tudo engenharia social, e funcionará melhor se você for bom ouvinte. As pessoas gostam de se abrir com aqueles em quem confiam.

Alianças

De vez em quando, membros da Pirataria Urbana trabalham com outros grupos. Essas parcerias incluíam diversos trabalhos. Alguns grupos desenvolveram a ideia errônea de que piratas serviam outros grupos, uma perspectiva falsa que, de tempos em tempos precisamos corrigir. Embora esta situação tenha feito aumentar o sentimento de solidariedade entre os membros, e tenha trazido pessoas de outros grupos para nossa cultura, um número alarmante de pessoas deixou de pensar em honra ou dignidade.

Durante a muitos anos, a organização dos navios ficou tão defasada e comprometida por uma guerra de egos, que, muitos grupos abandonaram o ideal por desgosto. Infelizmente, todos os conflitos se deram quando os poucos capacitados a resolver todos os problemas estavam por fora dos assuntos, ou, queriam mesmo ficar longe de problemas. Um dos motivos da criação de algumas alianças foi justamente para evitar que conflitos externos interferissem na ordem de alguns navios neutros.

Muitos zombaram da ideia de criar alianças, mas logo alguns capitães de navios influentes reconheceram os aspectos práticos de haver algum tipo de união. Juntos, eles escreveram algumas regras básicas e fundaram aliança Pirata. De acordo com a visão deles, a aliança Pirata uniria alguns dos Piratas Urbanos sob regras e regulamentos específicos, ensinaria aprendizes e encorajaria novos piratas a colaborar entre si.

Mesmo depois, alguns estavam céticos com relação às chances de sucesso da aliança Pirata, mas a atitude deles mudou ao perceberem que os membros eram devidamente identificados e recebiam apoio, podendo levar os projetos adiante sem muita dificuldade. A aliança começou uma forte campanha para recrutar membros de diversos navios e promoveu a aliança Pirata como uma organização verdadeiramente igualitária, o que persiste até hoje. Todos que colaboram são aceitos na aliança, fazendo parte ou não de algum navio.

Saiba que você é parte de uma longa história, e que isto pode ser só o começo. Quanto mais aprender sobre seus antecessores e suas experiências, maior será sua chance de crescer não só como pirata, mas como pessoa.

O código da aliança Pirata

• 1 – Todo Navio, assim como seu Capitão e seus Tripulantes DEVEM seguir o código da aliança. Independente de possuírem um Código próprio. Caso haja divergência entre o Navio e o código da aliança, é formada uma Corte Pirata para decidir suas alterações ou adaptações.
• 2 – Nunca se deve usar o nome Pirata e/ou nome do Navio ou qualquer Pirata em problemas pessoais.
• 3 – Para um Navio fazer parte da aliança, o mesmo deve cumprir todos os pré requisitos. Que são:
• 3.1 – Ter uma Tripulação devidamente formada, com no mínimo 3 Tripulantes, todos com seus devidos Cargos.
• 3.2 – Ter um nome de Navio;
• 3.3 – Ter uma Jolly Roger;
• 3.4 – Ter objetivos ou metas;
• 3.5 – O Capitão deve ter um símbolo que represente sua capitania e é necessário para qualquer representação durante a Corte Pirata.
• 4 – Todo Pirata, seja ele de qualquer Navio dentro da aliança tem direito a voto nos assuntos do momento.
• 5 – Sempre que é formada um Corte Pirata. Um representante é nomeado Rei Pirata. Ganhando automaticamente o título de Coruja.
• 6 – O Coruja não pode ter sua identidade revelada fora da aliança.
• 7 – Todo Pirata expulso de algum Navio deixa de ser reconhecido como Pirata e de estar na aliança.
• 8 – Um Pirata não pode estar em mais de um Navio.
• 9 – Todo Pirata tem igual direito a Provisões frescas ou bebidas, asseguradas a qualquer tempo, e de usá-las a vontade, a menos que a escassez torne necessário, e para o bem de todos votar por um racionamento.
• 10 – Quaisquer alterações no Código Pirata são, antes, votadas por uma Corte Pirata, podendo ser feitas sem qualquer prévio aviso.

Pergunta idiota? Tolerância zero.

Quando parte desta cultura, é comum que pessoas sem o conhecimento específico tentem de alguma forma zombar de tudo isto. Com o tempo a gente cansa das mesmas perguntas, e acaba encontrando as melhores respostas para evitar mais perguntas sem sentido. Claro, existem pessoas que fazem a piada sem intenção de ofender. De qualquer forma, neste capítulo ensinaremos respostas para perguntas frequentemente feitas para nós, piratas.

Você é pirata?
Não, eu sou original.

Você tem perna de pau?
Não, eu tenho pau de perna.

Você vende DVD?
Vendo sim! Tenho uns que podem te interessar, são de um ator bem famoso chamado Jailson Mendes.

Você tem um navio?
Sim. Está lá em casa, dentro de uma garrafa.

Você rouba?
Quem rouba é o governo.

Piratas usam brincos na orelha esquerda ou direita?
Na que não foi cortada.

Glossário

Seguem aqui alguns termos usados pelos Piratas Urbanos, com os quais maior parte do pessoal de fora não está acostumado.

A

1. Ahoy: Olá, Oi.
2. Aparelho: Conjunto de cabos, poleame e velame de um navio.
3. Arrear: Baixar.
4. Avast: Basta! Chega!
5. Aye: Sim.
6. Aye Aye: Uma espécie de afirmação.

B

1. Barca: O mesmo que navio ou embarcação.
2. Barlavento: Lado de onde sopra o vento.
3. Bolinar: Ir na direção do vento. (Também pode ser gíria para umas coisas mais divertidas).
4. Bombordo: Lado esquerdo do navio.
5. Boreste: Também conhecido como Estibordo, lado direito do navio.
6. Bússola: Instrumento de navegação.

C

1. Casco: Estrutura de flutuação de uma embarcação.
2. Caralho: Mastro.
3. Confrade: Amigo, companheiro, parceiro.
4. Convés: Parte de fora, superior do navio.
5. Cunho: Peça usada para amarrar cabos.

D

1. Derrota: Caminho seguido.
2. Descochar: Desamarrar.

E

1. Escotilha: Abertura no convés.
2. Estibordo: Mesmo que Boreste.
3. Expedição: O mesmo que Rolê, Viagem ou Encontro.

F

1. Ferro: Âncora.
2. Folgar: Aliviar.
3. Fundear: Soltar.

G

1. Gávea: Cesto que fica no topo dos mastros.
2. Gotardo: Novato.
3. Gurupés: Mastro que sai da proa.

H

1. Hastear: Içar, fazer subir.

L

1. Leme: Peça que fica na popa da embarcação e serve para dar direção.

M

1. Maré: Quando não há corrente.
2. Mastreação: Conjunto dos mastros.
3. Motim: Quando uma tripulação se reúne para tirar o Capitão do poder.

N

1. Navegação: Luzes da embarcação
2. Navio: Nome dado ao grupo, tripulação, etc. O mesmo que embarcação ou barca.
3. Nauta: Navegador, marinheiro.
4. Nó: Medida de velocidade.

O

1. Obras Mortas: Parte do casco que não está submersa.
2. Obras Vivas: Parte submersa do casco.
3. Ok,,, beleza,,,: Equivalente ao Aye aye.

P

1. Popa: Traseira.
2. Proa: Dianteira.

R

1. Ré: Mesmo que popa.
2. Rizar: Reduzir.

S

1. Sloop: Corveta.
2. Sotavento: Oposto de barlavento.
3. Suspender: Levantar.

T

1. Tiquetiquebom, parapatapi: Gíria de pirata. É bom você aprender rapidinho.
2. Través: Lados da embarcação.

V

1. Velame: Conjunto de velas.
2. Verme: Aqueles que são pessoas ruins.
3. Vigia: Abertura.
4. Viquens: Posers que acham que são vikings só por ouvirem folk-metal.